ATENÇÃO 8ºs Anos e demais alunos conheçam o Gênero textual "Memórias"
Memórias literárias são
textos que recuperam uma época com base em lembranças pessoais. Quem as produz,
em geral, são escritores convidados por editoras para narrar suas memórias de
modo literário. Esse texto tenta despertar as emoções do leitor por meio da
beleza e da profundidade da linguagem. Quem escreve quer envolver quem lê com
as memórias que estão sendo contadas.
Nas memórias literárias,
o que é contado não é a realidade exata. A realidade dá base ao que está sendo
escrito, mas o texto também traz boa dose de inventividade.
Algumas marcas comuns aos textos de memórias são as seguintes:
·
Expressões em primeira pessoa
usadas pelo narrador, como: Eu me lembro"; "Vivi numa
época que".
·
Verbos que remetem ao passado,
como: "lembrar"; "reviver"; "rever".
·
Palavras utilizadas na época
evocada, como: "vitrola"; "flertar"; "baratinha".
·
Expressões que ajudam a
localizar o leitor na época narrada, como: "naquele tempo; "em
1942".
·
Participação de outros
personagens; de pessoas presentes nas lembranças dos entrevistados.
·
Há comparações entre o
presente e o passado;
·
Há palavras e
expressões que indicam uma época, situando o leitor no tempo passado;
·
Usa adequadamente
verbos no pretérito perfeito e imperfeito;
·
Refere-se a objetos,
lugares e modos de vida que já não existem ou se transformam;
·
Evidenciam
sentimentos, emoções e impressões sobre os acontecimentos, fatos, etc;
·
Descreve, quando
necessário, o que querem dizer certas impressões antigas ou o significado de
certas palavras em desuso.
·
Possui título
sugestivo.
VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS:
O dia que eu morri
E o que é a vida? Comparo-a com uma luz que pode apagar-se a qualquer
momento.
Estava todos os dias de bem com a vida, nunca tinha um dia ruim para
mim, sempre brincando com os meus amigos. Eu estava sempre ali para quando
alguém precisasse de mim.
E um dia estava eu em minha casa quando veio um amigo meu e me chamou
para ir ao aniversário dele, lá no mercado da carne. Fui. Chegando lá comecei a
beber, e todos meus amigos estavam brincando, sorrindo. Quando foi mais tarde,
mais ou menos 05:00 horas todo mundo bêbado, teve uma discussão(bate-boca) de
Adilsom com um tal de Dado, ele era de Ceará – Mirim, fui me intrometer na
confusão e então esse tal de Dado pegou uma faca e enfiou em meu peito, a dor
foi muito grande, não resisti e morri com 29 anos.
A minha família soube através dos meus amigos que ligaram para lá, minha
família estava abalada com a notícia que tinha acabado de receber. No enterro
todo mundo chorando, minha esposa até desmaiou. Depois de alguns dias
denunciaram esse tal de Dado, a polícia que procurou por ele. Acharam-no,
prenderam-no, mas depois de dois meses ele foi solto.
E até hoje minha família lembra-se disso.
Paula Olivia. Memórias literárias: aconteceu com meu avô. 2010.
História de José Silvestre Reis, vulgo “Dedé Reis”, que aconteceu no ano
de 1984 em Pureza/RN.
Há alguns anos o Estádio de Futebol de Pureza foi batizado pelo nome de
“Reizão”, em homenagem a José Silvestre Reis.
Do jeito que viemos ao mundo
Tenho muitas lembranças do tempo só das mulheres, no olheiro. Porque
tomávamos banho nuas. Ficávamos um pouco envergonhadas, mas logo passava e nos
divertíamos muito. Tinha muitas árvores e pedras. A correnteza das águas eram
fortes. Tudo era feito só da natureza.
Pulei muito das pedras e dos galhos das árvores, toda despida (nua).
Os homens respeitavam o tempo das mulheres e aguardavam que elas saíssem,
pois cada um tinha a sua vez. Logo se sabia quando tinha mulher no banho,
porque nós cantávamos e conversávamos alto.
Eles perguntavam:
- Tem
mulher!? Sai logo!?
Nós
respondíamos:
- Sai já!
E as mulheres saíam, porque era chegada a hora deles.
Foi muito marcante tomar banho
despida e também carregar água no cabaço ou no pote.
Caio Henrique. Memórias literárias: cada um a seu tempo. 2010.
História
contada por Isabel Aquino dos Santos, que hoje está com 88 anos. Reside na Rua
31 de março, em Pureza/RN. Esse fato marcante aconteceu em Pureza, na fonte de
águas cristalinas, mais conhecida como "olheiro". Nessa época Isabel
tinha aproximadamente 15 anos de idade.
O milagre da minha vida
No meu quarto já não durmo mais. Eu bebo tanto que já estou vendo
assombração, eu vejo um negrinho pulando pelo chão.
Eu não aguentava mais ver tanta assombração até que essa noite vi no
teto uma luz e era “o Padre Cícero”, pedindo que eu deixasse de beber.
Quase não dormi! Fiquei pensando no que o padre falou, depois de muito
tempo consegui dormir.
Acordei-me e fui contar para a minha família que não ia beber mais.
Eles quase não acreditaram, mas era verdade. Espero que de hoje em
diante eu não beba mais, e sei que o Padre Cícero vai me ajudar.
Ana Karolina. Memórias
literárias: coisas de seu Gordão. 2010.
Hoje seu Gordão (Raimundo Câmara de Oliveira) é devoto de Padre Cícero, e todos os anos manda celebrar uma missa em sua homenagem. Atualmente está com 65 anos e é o comerciante mais afamado da cidade de Pureza – RN. O mesmo reside na Rua Joel Cristino, desta mesma cidade.
Professora Auziene Miranda.
REFERÊNCIA:
Fonte:http://www.desvendandopalavras.com/2008/05/olimpada-de-lngua-portuguesa.html
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